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O Brasil conquistou a eliminação da poliomielite em 1989, mas a manutenção da vacinação é crucial enquanto a doença persistir no mundo. O Ministério da Saúde atualmente recomenda três doses da vacina injetável (VIP) aos dois, quatro e seis meses, com dois reforços da vacina oral (VOP) aos 15 meses e aos quatro anos de idade. A partir de 2024, esses reforços com a VOP serão gradualmente substituídos por um reforço com a VIP aos 15 meses, mantendo proteção semelhante. Essa transição segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde e é respaldada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, com base em evidências científicas.

Apesar da eficácia das gotinhas, elas contêm vírus vivos enfraquecidos, que podem causar paralisia, especialmente em áreas com baixa cobertura vacinal e saneamento inadequado. Em contrapartida, a VIP utiliza vírus inativados e não apresenta riscos de doença.

Para erradicar completamente a poliomielite, não podemos continuar usando uma vacina que, de alguma forma, libere o vírus no ambiente. Estamos perto de um mundo livre da poliomielite, e é fundamental que todos contribuam para tornar esse objetivo uma realidade.

*O autor é médico infectologista do Instituto Emílio Ribas, consultor técnico da Comissão Nacional pela Erradicação da Pólio do Rotary International e associado ao Rotary Club de São Paulo-Aeroporto, SP (distrito 4420).